segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ciranda

Ciranda

É uma dança típica das praias que começou a aparecer no litoral norte de Pernambuco. Uma das cirandeiras mais conhecidas é a Lia de Itamaracá. Surgiu também, simultaneamente, em áreas do interior da Zona da Mata Norte do Estado. É muito comum no Brasil definir ciranda como uma brincadeira de roda infantil, porém na região Nordeste e, principalmente, em Pernambuco ela é conhecida como uma dança de rodas de adultos. Os participantes podem ser de várias faixas etárias, não havendo impedimentos para a participação de crianças também.
Há várias interpretações para a origem da palavra ciranda, mas segundo o Padre Jaime Diniz, um dos pioneiros a estudarem o assunto, vem do vocábulo espanhol zaranda, que significa instrumento de peneirar farinha e que seria uma evolução da palavra árabe çarand.
 
A ciranda, assim como o coco em Pernambuco, era mais dançada nas pontas-de-rua e nos terreiros de casas de trabalhadores rurais, partindo depois para praças, avenidas, ruas, residências, clubes sociais, bares, restaurantes. Em alguns desses lugares passou a ser um produto de consumo para turistas.

É uma dança comunitária que não tem preconceito quanto ao sexo, cor, idade, condição social ou econômica dos participantes, assim como não há limite para o número de pessoas que dela podem participar. Começa com uma roda pequena que vai aumentando, a medida que as pessoas chegam para dançar, abrindo o círculo e segurando nas mãos dos que já estão dançando. Tanto na hora de entrar como na hora de sair, a pessoa pode fazê-lo sem o menor problema. Quando a roda atinge um tamanho que dificulta a movimentação, forma-se outra menor no interior da roda maior.

Os participantes são denominados de cirandeiros e cirandeiras, havendo também o mestre, o contra-mestre e os músicos, que ficam no centro da roda. Voltados para o centro da roda, os dançadores dão-se as mãos e balançam o corpo à medida que fazem o movimento de translação em sentido anti-horário. A coreografia é bastante simples: no compasso da música, dá-se quatro passos para a direita, começando-se com o pé esquerdo, na batida forte do bombo, balançando os ombros de leve no sentido da direção da roda. Há cirandeiros que acompanham esse movimento elevando e baixando os braços de mãos dadas. O bombo ou zabumba, mineiro ou ganzá, maracá, caracaxá (espécie de chocalho), a caixa ou tarol formam o instrumental mais comum de uma ciranda tradicional, podendo também ser utilizados a cuíca, o pandeiro, a sanfona ou algum instrumento de sopro.

O mestre cirandeiro é o integrante mais importante da ciranda, cabendo a ele "tirar as cantigas" (cirandas), improvisar versos, tocar o ganzá e presidir a brincadeira. Ele utiliza um apito pendurado no pescoço para ajudá-lo nas suas funções. O contra-mestre pode tocar tanto o bombo quanto a caixa e substitui o mestre quando necessário. As músicas podem ser as já decoradas, improvisadas ou até canções comerciais de domínio público transformadas em ritmo de ciranda. Pode-se destacar três passos mais conhecidos dos cirandeiros: a onda, o sacudidinho e o machucadinho. Alguns dançarinos criam passos e movimentos de corpo, mas sempre obedecendo a marcação que lhes impõe o bombo. Não há figurino próprio. Os participantes podem usar qualquer tipo de roupa e a ciranda é dançada durante todo o ano.

A partir da década de 70 as cirandas começaram a ser dançadas em locais turísticos do Recife, como o Pátio de São Pedro e a Casa da Cultura, modificando um pouco a dança que se tornou mais um espetáculo. O mestre, contra-mestre e músicos saíram do cento da roda para melhor se adaptarem aos microfones e aparelhos de som, passando também a haver limite de tempo para a brincadeira. Compositores pernambucanos como Chico Science e Lenine enriqueceram seus repertórios, utilizando a ciranda nos seus trabalhos.

Uma das cirandas mais conhecidas é a de Antônio Baracho da Silva:

Estava
Na beira da praia
Ouvindo as pancadas
Das águas do mar
Esta ciranda
Quem me deu foi Lia
Que mora na ilha
De Itamaracá


Recife, 12 de novembro de 2004.
(Atualizado em 25 de agosto de 2009).
Ilustrações de Rosinha.



FONTES CONSULTADAS:

BRINCANTES. Recife: PCR, Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2000. p. 108-112.

LIMA, Claudia. História junina. Recife: PCR, Secretaria de Turismo, 1997. p. 18.  Edição Especial.

PELLEGRINI FILHO, Américo. Danças folclóricas. São Paulo: Universidade Mackenzie, 1980. p. 47-51.

RABELLO, Evandro. Ciranda. In: SOUTO MAIOR, Mário; VALENTE, Waldemar (Org.). Antologia pernambucana de folclore 1. Recife: Fundaj, Ed. Massangana, 1988. p. 55-61.


 





Camaleão (AM) – é dança de pares soltos que desenvolvem coreografia constituída por sete diferentes passos, chamados jornadas. Organizados em duas fileiras, homens e mulheres executam passos laterais de deslize, vênias entre os pares, palmas na mão do parceiro, troca de lugares, sapateados rítmicos, requebrados, palmeados das mulheres e dos homens entre si, terminando com o passo inicial. O conjunto musical é formado por viola, cavaquinho, rabeca e violão. Nessa dança usa-se indumentárias específica inspirada “no tempo do império”: os homens trajam fraque de abas, colete, culotes, meias brancas
longas, sapato preto afivelado, gravata pomposa; as mulheres trajam saias longas rodadas, blusas soltas, meias brancas, sapatos afivelados.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Danças Típicas



Danças Típicas
dançarina.jpg
A dança é uma das melhores expressões culturais existentes porque envolve o movimento, o canto e a dramatização. É a necessidade de se expressar que leva o homem a utilizar as artes (veja mais informações sobre a história da arte) e transformá-la em um símbolo de seu povo ou sua cidade. No Brasil, as principais danças típicas têm forte ligação com a religiosidade, as comidas típicas de uma região, a cultura de um povo e os fatores históricos. São ritmos alegres com roupas e cenários populares de cada região. A verdadeira dança típica é aquela que demonstra o melhor e o mais importante de uma localidade.

 
Alguns tipos de dança

Dança Clássica;
Dança de Salão;
Dança Moderna;
Dança Rítmica, dentre outras.         

Danças Típicas Brasileiras

Bumba-meu-boi

O bumba-meu-boi é uma das danças mais típicas do país porque ocorre em diversos estados brasileiros e principalmente no nordeste. Além de dança, ela é uma representação da sociedade brasileira. É a história cantada e dançada da Catirina, uma sertaneja que grávida acabou desejando a língua do boi preferido do dono da fazenda onde ela e seu marido Chico Vaqueiro trabalham.

Seu marido acaba tirando a língua do boi a pedido de sua mulher e a notícia chega aos ouvidos do fazendeiro. Ele acusa Chico Vaqueiro pelo ocorrido e são solicitados vários médicos para curá-lo. Durante toda a dança, há o julgamento e o perdão do homem. O boi, que aparentemente havia morrido, acaba sendo curado e é realizada uma grande festa com danças e cantorias.

Quadrilha


A festa junina é um evento comum no Brasil, durante os meses de junho, julho e agosto. Essa festa possui uma dança bastante conhecida, a quadrilha. A dança evolui em duplas ao som do forró e pode alternar entre fandangos, catiras e valsas. São diversas evoluções e coreografias que são executadas pelos dançarinos ao som de músicas conhecidas como Pula Fogueira e Capelinha de Melão. Eles utilizam uma vestimenta característica dos caipiras, com chapéus de palha, vestidos de chita e camisas xadrez.

Forró

Essa dança típica brasileira é muito conhecida no país e tem suas raízes diretamente ligadas à região nordeste. O forró possui diversos aspectos retirados da cultura e do cotidiano desse povo e, por isso, passou a ser comum não só ali como em todo o país. A música que embala os dançarinos tem o mesmo nome da dança e é acompanhada de instrumentos musicais como a sanfona, zabumba e triângulo. Há indícios de que ela surgiu no século XIX e como era dançada em terrenos de chão batido, as pessoas dançavam com os pés arrastados para evitar que a poeira levantasse.

Uma das características mais peculiares do forró é que os dançarinos arrastam os pés pelo salão e dançam bem colados, em pares. São diversas formas de dançá-lo: podem alternar entre lento, moderado e rápido. Há, ainda, a divisão entre forró eletrônico, tradicional, universitário, dentre outros.

Danças da região norte do brasil.



Região Norte do Brasil
Amazonas (AM)

Camaleão


Essa dança utiliza pares separados, que fazem uma coreografia com passos distintos, chamados de jornadas. São duas fileiras de mulheres e homens, realizando diversos passos, os quais terminam no passo inicial. As roupas também são importantes; os homens usam fraque de abas, colete, meias longas, gravata e sapato preto. Já para as mulheres, a vestimenta é composta por saias longas, meias brancas, sapatos e blusas folgadas. A música que embala os dançarinos utiliza o violão, cavaquinho e rabeca.

musicalidade.jpgDança do Maçarico

Essa dança é constituída de dançarinos em duplas que fazem cinco movimentos durante a Dança do Maçarico: Charola, Roca-roca, Repini-co, Maçaricado e 'Geleia de Mocotó'. Os passos variam entre lentos e ligeiros e a umbigada. As músicas que embalam os dançarinos são tocadas com a ajuda da viola, tambores, rabeca e sanfonas.

Desfeitera

Essa dança é constituída de pares que dançam de forma livre e os dançarinos devem apenas passar pelo menos uma vez na frente do grupo musical. Caso a banda encerre a música no momento em que um casal estiver passando, é feita a escolha do homem ou da mulher para que declame versos. Caso ele não consiga esse feito, a pessoa será vaiada e terá que pagar uma prenda, ou seja, será 'desfeitado'.

Pará (PA)

Carimbó


O nome da dança é de origem indígena com os nomes Curi, que significa pau oco, e M'bó que significa furado. Os homens devem trajar uma calça curta no estilo pescador e uma camisa que contenha estampas. As mulheres utilizam uma saia rodada e com estampas, uma blusa, colares e flores presas aos cabelos. Os dançarinos a executam com os pés no chão.

Os homens batem palmas para as dançarinas e isso é o indício de que elas estão sendo chamadas para dançar também. Em forma de roda, as mulheres balançam a saia para que ela atinja a cabeça de seu parceiro. O ato é realizado no intuito de humilhar o homem para que ele saia da dança. Um dos momentos mais importantes ocorre quando cada casal vai para o centro da roda e o homem deve apanhar um lenço com a boca, que foi jogado no chão pelo seu par. Se o feito for satisfatório, ele recebe aplausos. Caso ele não consiga, a mulher joga a saia em seu rosto e ele deve sair da dança.

Marambiré

Essa dança é considerada uma representante da alegria dos negros no Brasil após a Abolição da Escravidão. Ela é caracterizada por uma marcha que mescla a religião e o profano. Ela é realizada por duplas e sempre aparece durante os festivais no estado.

danças-tipicas.jpgLundu Marajoara


Essa dança tem origem africana e é muito sensual, pois a intenção dela é mostrar o convite do homem para ter um encontro sexual com a mulher. Primeiro, há uma recusa; porém, ele insiste e ela aceita. A Lundu Marajoara mostra o ato com o passo da umbigada, quando acontecem movimentos de dança mais sensuais. As mulheres utilizam saias coloridas e blusas rendadas. Já os homens vestem calças de preferência na cor branca. Essa dança também recebe a ajuda de instrumentos como o banjo, cavaquinho e clarinete.

Marujada
A dança é uma homenagem a São Benedito e acontece em três ocasiões: Natal, dia de São Benedito e no dia 1º de janeiro. Os homens e mulheres que participam recebem o nome de marujos e marujas. Eles bailam pela cidade, reproduzindo o gesto de um barco na água. As mulheres ordenam a dança e os homens participam com os instrumentos musicais, como tambores e violinos.

Outras danças típicas do Pará


-Dança do Siriá;
-Xote Bragantino;
-Samba do Cacete;
-Retumbão.

Maria Pretinha

Maria Pretinha - Sete Anos de Resistência Criativa na Amazônia! 



Revelando e Celebrando a Diversidade na Amazônia Atlântica

A Irmandade Maria Pretinha é um coletivo não formal de marujas, marujos, arte-educadores, tamboreiros, artistas, jovens e adultos, com atuação arte-educativa, celebrativa e sociocultural, desde Outubro/2005, em prol do reconhecimento e da valorização das culturas populares tradicionais, a partir da Marujada de São Benedito de Quatipuru, bem como, de seus respectivos protagonistas, na Amazônia Atlântica. Nasceu como resultado de uma oficina de Danças Circulares Brasileiras, realizada, em Quatipuru, pela Arte-Educadora Maria Esperança Alves, à convite da Fundação Curro Velho/PA, na última semana de outubro/2005.

Neste mês de outubro/2012,  completamos 07 anos de atividades,   apesar dos grandes desafios, contribuindo e apostando nas culturas populares e tradicionais da  Amazônia como potência  de formação e expressão musical, corporal, social, lúdica e ética-amorosa,  de pessoas e comunidades;  ferramenta de reflexão, construção e afirmação de nossas identidades. Dentre as "mil-e-uma" ações, destacamos:
 
Ø  Apresentação da Marujada de São Benedito de Quatipuru, em Belém/PA, no Baile Circular de Natal Mana-Maní, realizado em 13/Dezembro/2005, no Memorial dos Povos – Belém/PA;

Ø  Participação na programação artistica do Projeto Caravana Cultural, realizada pelo MinC – Representação Regional Norte, no município de Santarém-Novo/PA, nos periodos de 04 a 05/Outubro; e 14 e 15/Dezembro/2006;

Ø  Participação da abertura cultural do 5º Fest Rimbó – Santarém/Novo-PA, 15/12/2006;

Ø  I Festa Maria Pretinha – 30/10/2006, no Barracão Pedro Amorim: Lançamento do Projeto “Marujada Mirim” – Transmissão de Saberes Artísticos da Marujada – Dança e Música, para um grupo de 50 crianças de Quatipuru;

Ø  II Festa Maria Pretinha – 27 e 28/10/2007, na Praça e Barracão Pedro Amorim: Realização do I Festival Cultural de Quatipuru, com a participação da “Brincadeira dos Pretinhos”/Santarém-Novo; “Tambor de Mina”/Quatipuru; “Marujada Mirim”/Quatipuru; “Marujada da Irmandade Maria Pretinha”/Quatipuru; “Carimbó do Grupo Raio do Sol”/Quatipuru;

Ø  III Festa Maria Pretinha – 28 a 30/11/2008, no Barracão Pedro Amorim: Realização do Festival de Cultura Maria Pretinha – Ano II, contemplado com o Prêmio “Adelermo Matos de Cultura Popular”/SECULT, com a participação da Marujada da Irmandade Maria Pretinha; Marujada de Primavera; Carimbó Quentes a Madrugada/Santarém-Novo; Oficinas e Show com a artista Rosa Reis e Banda/Ponto de Cultura LaborArte/São Luís-MA; IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; FCV – Fundação Curro Velho; e MinC – Regional Norte;

Ø  IV, V e VI Festa Maria Pretinha – Realização da Festa da Marujada de São Benedito,  no periodo de 21 a 26 de Dezembro dos anos de 2009, 2010 e 2011, no Barracão “Mestre Verequete”, com a participação da Marujada da Irmandade Maria Pretinha; Grupo de Carimbó Raio do Sol/Quatipuru; Marujadas de Primavera e Traquateua/PA;

Ø  Participação na I Conferência Estadual de Cultura/PA – 05 a 08/07/2007: Espetáculo-Apresentação da Marujada de São Benedito de Quatipuru, na abertura do evento -  Hangar Centro de Convenções do Pará, como também, no Píer da Casa das Onze Janelas;

Ø  Participação no Fórum Social Mundial 2009 – Um Outro Mundo é Possível, realizado na Universidade Federal do Pará, no periodo de 27/Janeiro a 1º/Fevereiro/2009, com apresentação da Marujada de São Benedito de Quatipuru, e participação em Mesas-Redondas, com a fala do Mestre “Come-Barro”/Raimundo Borges;

Ø  Brincadeira da Tainha – Realização de um dos  mais tradicionais  auto-popular junino de Quatipuru, nos dias 24, 27 e 30 de Junho/2009, com a participação de 35 brincantes, com o apoio da FCPTN – Fundação Cultural Presidente Tancredo Neves; Secretaria Municipal de Cultura e Desportos de Quatipuru; e Ong Mana-Maní/Belém-PA;

Ø  Participação no IDEA2010 - 7º Congresso Mundial de Drama/Teatro e Educação/ Festa Mundial das Artes de Transformação – realizados em Belém/PA, no periodo de 17 a 25/Julho, com apresentação das Danças da Marujada de São Benedito de Quatipuru, bem como, participação em Mesas-Redondas com falas do “Mestre Come-Barro”/Raimundo Borges;

Ø  Participação no Projeto “Danças Circulares da Amazônia” – Ano 2010, do Ponto de Cultura Mana-Maní, com “Aulas-Espetáculos” em Belém, no IAP – Instituto de Artes do Pará, em 26 e 27/Junho/2010; e “Cunvidado – Rodas ReCriativas com Mestres da Amazônia”, na Praça central de Quatipuru, em 22/Maio/2010.

ROLE A  PÁGINA ATÉ O FINAL  PARA VER AS  IMAGENS!
 
Em celebração ao  aniversário de  07 anos Maria Pretinha,  estamos trabalhando na  pré-produção de  nossa festa anual,  que nos  últimos 03 anos   é  focada na Celebração da Marujada do Glorioso São Benedito, com realização no período de 21 a 26 de Dezembro. Uma iniciativa que tem por objetivo preservar e valorizar os elementos artísticos-culturais desta bi-centenária manifestação afro-amazônida, nosso maior patrimônio cultural de Quatipuru, bem como, um instrumento de exercício de nossa cidadania cultural - direitos humanos garantidos pela constituição brasileira - artigo 216.

Estaremos, em breve, divulgando a programação da "FESTA MARIA PRETINHA - ANO VII, Celebrando a Marujada do Glorioso São Benedito", para qual colaborações serão muito bem-vindas! Pessoas e organizações interessadas em contribuir, devem fazer contato com a coordenação:

em Quatipuru:

Ø  Raimunda Clara da Conceição

Ø  Célia Reis de Sousa  (91) 8428.8151

Ø  Mestre Come-Barro/Raimundo Borges  (91) 8400.2020

em Belém:

Ø  Maria Esperança Alves (91) 8134.3426
 
 
"Aê meu São Benedito
Aê nossa Proteção
Protege esta Marujada
Que é nossa Tradição..."
 
(Carimbó Ladainhado, de Mestre Come-Barro) 
 

Cunvidado - Rodas ReCriativas com Mestres da Amazônia - Maio/2010

Cunvidado - Rodas ReCriativas com Mestres da Amazônia - Maio/2010
Ação cultural em parceria com o Ponto de Cultura Mana-Maní

Festa Maria Pretinha - 2007

Festa Maria Pretinha - 2007
I Festival Cultural de Quatipuru
 

Grupo folclórico


Do G1 PA

Grupo folclórico apresenta danças inspiradas em lendas regionais ao som dos tambores amazônicos.  (Foto: Everaldo Nascimento/Os Pará 2000 )Grupo folclórico apresenta danças inspiradas em lendas regionais ao som dos tambores amazônicos. (Foto: Everaldo Nascimento/Os Pará 2000 )
Músicos e dançarinos do Grupo Sabor da Ilha, oriundo de Salvaterra, municípío do Arquipélago do Marajó, se apresentam nesta sexta-feira (18) no projeto Por-do-Som, na Estação das Docas, em Belém. No repertório, carimbó, xote e coreografias inspiradas em lendas regionais ao som dos tambores amazônicos.
Para chegar a Belém, os integrantes do Sabor da Ilha viajam por cerca de quatro horas, mas mostrar a cultura regional, para eles, é uma recompensa. “A gente leva para outros municípios as tradições do Pará. Apesar da viagem ser cansativa, ver as pessoas se divertindo e dizendo pra gente que gostaram do trabalho já vale a pena”, diz o coordenador do grupo, Marcel Santos.
O Sabor da Ilha aposta no ritmo e na sensualidade das danças folclóricas paraenses para conquistar a plateia. Serão destaques na apresentação as danças do Marajó e as lendas da Matinta Pereira e da Cobra Grande. “Nós vamos apresentar um pouco do que é a nossa realidade aqui na Ilha. Nós temos uma relação muito forte com as lendas amazônicas”, conta Marcel Santos.
As danças do Marajó e as lendas da Matinta Pereira e da Cobra Grande são os destaques da apresnetação. (Foto: Everaldo Nascimento/Os Pará 2000)As danças do Marajó e as lendas da Matinta Pereira e da Cobra Grande são os destaques da apresnetação. (Foto: Everaldo Nascimento/Os Pará 2000)

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carimbó

A mais extraordinária manifestação de criatividade artística do povo paraense foi criada pelos índios Tupinambá que, segundo os historiadores, eram dotados de um senso artístico invulgar, chegando a ser considerados, nas tribos, como verdadeiros semi-deuses.
Inicialmente, segundo tudo indica, a "Dança do Carimbó" era apresentada num andamento monótono, como acontece com a grande maioria das danças indígenas. Quando os escravos africanos tomaram contato com essa manifestação artística dos Tupinambá começaram a aperfeiçoar a dança, iniciando pelo andamento que , de monótono, passou a vibrar como uma espécie de variante do batuque africano. Por isso contagiava até mesmo os colonizadores portugueses que, pelo interesse de conseguir mão-de-obra para os mais diversos trabalhos, não somente estimulavam essas manifestações, como também, excepcionalmente, faziam questão de participar, acrescentando traços da expressão corporal característica das danças portuguesas. Não é à toa que a "Dança do Carimbó" apresenta, em certas passagens, alguns movimentos das danças folclóricas lusitanas, como os dedos castanholando na marcação certa do ritmo agitado e absorvente.

Coreografia:

A dança é apresentada em pares. Começa com duas fileiras de homens e mulheres com a frente voltada para o centro. Quando a música inicia os homens vão em direção às mulheres, diante das quais batem palmas como uma espécie de convite para a dança. Imediatamente os pares se formam, girando continuamente em torno de si mesmo, ao mesmo tempo formando um grande círculo que gira em sentido contrário ao ponteiro do relógio. Nesta parte observa-se a influência indígena, quando os dançarinos fazem alguns movimentos com o corpo curvado para frente, sempre puxando-o com um pé na frente, marcando acentuadamente o ritmo vibrante. As mulheres, cheias de encantos, costumam tirar graça com seus companheiros segurando a barra da saia, esperando o momento em que os seus cavalheiros estejam distraídos para atirar-lhes no rosto esta parte da indumentária feminina. O fato sempre provoca gritos e gargalhadas nos outros dançadores. O cavalheiro que é vaiado pelos seus próprios companheiros é forçado a abandonar o local da dança.
Em determinado momento da "dança do carimbó" vai para o centro um casal de dançadores para a execução da famosa dança do peru, ou "Peru de Atalaia", onde o cavalheiro é forçado a apanhar, apenas com a boca, um lenço que sua companheira estende no chão. Caso o cavalheiro não consiga executar tal proeza sua companheira atira- lhe a barra da saia no rosto e, debaixo de vaias dos demais, ele é forçado a abandonar a dança. Caso consiga é aplaudido.

Indumentária:

Todos os dançarinos apresentam-se descalços. As mulheres usam saias coloridas, muito franzidas e amplas, blusas de cor lisa, pulseiras e colares de sementes grandes. Os cabelos são ornamentados com ramos de rosas ou jasmim de Santo Antônio. Os homens apresentam-se com calças de mescla azul clara e camisas do mesmo tom, com as pontas amarradas na altura do umbigo, além de um lenço vermelho no pescoço.

Denominação:

A denominação da "Dança do Carimbó" vem do titulo dado pelos indígenas aos dois tambores de dimensões diferentes que servem para o acompanhamento básico do ritmo.
Na língua indígena "Carimbó" - Curi (Pau) e Mbó ( Oco ou furado), significa pau que produz som. Em alguns lugares do interior do Pará continua o título original de "Dança do Curimbó". Mais recentemente , entretanto, a dança ficou nacionalmente conhecida como "Dança do Carimbó", sem qualquer possibilidade de transformação.

Instrumentos típicos:

O acompanhamento da dança tem, obrigatoriamente, dois "carimbos" (tambores) com dimensões diferentes para se conseguir contraste sonoro, com os tocadores sentados sobre os troncos, utilizando as mãos à guisa de baquetas, com os quais executam o ritmo adequado. Outro tocador, com dois paus, executa outros instrumentos obrigatórios, como o ganzá, o reco-reco, o banjo, a flauta, os maracás, afochê e os pandeiros. Esses instrumentos compõem o conjunto musical característico, sem a utilização de instrumentos eletrônicos.